Como ajudar o adolescente na escolha da profissão

como escolher a profissão que irá seguir

Os filhos crescem, mas a vontade de ajuda-los permanece! Quando entram na adolescência, a brincadeira de “o que serei quando crescer” se torna séria, mas nem todos os adolescentes tem em mente a profissão que querem seguir, e a pressão aumenta com a proximidade do término do Ensino Médio.

O meu primogênito está terminando o primeiro ano do Ensino Médio, e conversamos muito sobre profissões e carreiras, e noto que ele se cobra muito quanto a escolha que fará… Lembro dessa minha fase e confesso, de primeira segui o modismo da época, segui para o Ensino Médico acompanhado de Curso Técnico de Processamento de Dados (Meu Deus, entreguei a idade!) que hoje é conhecido como Informática.

Logo no primeiro bimestre já percebi que não era bem o que queria para minha vida. No segundo ano que as matérias técnicas se intensificaram, tive certeza! Não era isso que queria… Foi aí que descobri o Curso de Comunicação que futuramente seria minha escolha profissional!

Mas conversar com os pais é aquilo, a gente até escuta mas nem sempre acredita que eles tem razão!

Como ajudar o adolescente na escolha da Profissão?

Conversei com o psicólogo Marcos Raul de Oliveira (CRP 06/154.661),  Fouder PSICO.ONLINE, que respondeu algumas questões, orientando como devemos nos portar e até mesmo ajudar o adolescente nesse período.

Existe alguma forma que facilite esse reconhecimento pelo adolescente?

Tudo parte de ouvir aquilo que ela ou ele têm a dizer e também diminuir as pressões.

Esse é um momento maior que a escolha da profissão ou de descobrir o que se quer “ser quando crescer”. É um movimento de introdução ao mercado, da saída do modo infantil para entrada no mundo do jovem adulto. A criança deixa de existir e dá lugar a um jovem, é um momento rápido. Esse planejamento de futuro nem é tão certo assim para uma época de experimentação. Eles já têm pressão o suficiente e se cobram demais para terem mais pressão.

A facilitação desse momento se inicia em parar, respirar e ouvir angústias, gostos, prazeres além de mostrar opções que possam ter relações com essas preferências. Incentivo é melhor que desestimulação. Um guia, parceiro ou mentor é importante para mostrar que escolhas serão feitas e que há pontos positivos e negativos em todas elas.

Para esse adolescente reconhecer melhor, categorize com áreas de conhecimento. Comece pelas grandes: Ciências Humanas e suas Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e Sociologia. Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Química, Física (mecânica, mecatrônica, etc) e Biologia. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação. Matemática e suas Tecnologias.

E vá afunilando. Explorando. Conversando para entender que há muita coisa que é legal e que pode ser estudada e desenvolvida como profissão. E olha, papai e mamãe, não pressione para aquelas super profissões, as escolhas são deles e não de vocês.

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Como pais, podemos ajudar os adolescentes nessa decisão?

Muito! A participação dos pais e da família é fundamental para apoio, críticas construtivas, acessos e o desenvolvimento das oportunidades. Conversar com outras pessoas, entender ideias, perguntar sobre profissões que interesse é um jeito interessante para criar afinidades e realizar descobertas.

Em alguns casos onde for possível, faça um teste vocacional com um psicólogo. Nesse teste uma ou mais entrevistas serão feitas. Serão usadas classificações como da Inteligências Múltiplas para entender melhor as aptidões do jovem.

Nesse processo muito mais pode ser aprendido e compreendido, e os pais é que podem ser os guias – novamente – desse processo.

Como tornar mais leve essa batalha na busca da profissão que eles mais se identifiquem?

Acredito que valha iniciar pelo modelo visto pelos pais. Não encare como uma batalha. É um processo de descoberta, de pesquisa, de experimentação o que fará ter gostos e desgostos. É necessário experimentar, conversar. Muitas vezes um empecilho simples pode por a perder toda uma bela história. É importante sempre pontuar que é uma escalada, que o sucesso é alcançado depois de muito trabalho e dedicação.

É importante pontuar benefícios, deveres, direitos, pesquisa e conhecer mais a fundo o dia a dia daquela profissão. Gosta de ler? Gosta de exercício? Gosta de contas? Gosta de conversar com pessoas? Tudo deve ser considerado e tudo poderá ser aperfeiçoado.

Uma criança e um jovem adulto estão em formação. Devem experimentar e não podem ter medo de errar por que não tem apoio. O erro faz parte do crescimento e do desenvolvimento. Seja o pai e a mãe parceira. Cresça e se desenvolva junto.

Focar num ensino que visa o vestibular ou se jogar num ensino médio com técnico, para já estar disponível ao mercado de trabalho?

Qual é o objetivo? Quais são as condições? O que facilitará a experimentação de novas fronteiras e os novos caminhos? É a hora? É possível? Essa é uma escolha que deve ser tomada em conjunto e que poderá ser mudada depois de muito debate caso não seja o melhor caminho. Pode até ser professor particular, mas que seja incentivador de crescimento e desenvolvimento.

Por mais que as frustrações sejam necessárias, como ajudar o adolescente que não foi tão bem no ENEM ou no vestibular?

A vida é feita de todo o tipo de sentimentos que surgem das emoções que aparecem na prova. Esgotamento, medo e tristeza também compõe a lista de sensações que atingem quem não foi muito bem na prova. A primeira etapa é cuidar do emocional mas também é preciso se organizar.

Identifique o que aconteceu e quais os pontos que devem ser trabalhados e trabalhe neles. Crie um plano de ação. Foi mal em matemática, estude duas matemáticas e uma de português. Intercale e trabalhe cada um dos elementos com um planograma de estudos.

Organize o melhor jeito de estudar. E assim que as emoções se estabilizarem comece o trabalho. Quanto mais cedo mais leve será. A frequência é uma ferramenta poderosa dessa organização. Um exercício por dia por um ano serão 365 exercícios de uma matéria. Coloque metas que podem ser alcançadas. Organize um método e mãos à obra. Só não esqueça que momentos de pausa e relaxamento também são hiper importantes para um bom desenvolvimento da rotina de estudos.

 

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