Falam que nossos filhos não são nossos, são emprestados… que chegará uma hora que eles criarão asas e serão do mundo. Prefiro pensar que eles são nossos e sempre serão, mas que é um papel fundamental na educação ensiná-los e incentivá-los a ter autonomia para encarar o mundo sozinhos, quando for necessário.
Pequenos atos são saudáveis e importantes para o desenvolvimento da autonomia infantil. As crianças parecem frágeis, mas certas ações aprendem rápido e entram em sua rotina de maneira tranquila. É muito mais difícil quando você não fez aquela ação a vida inteira e do nada lhe é imposto que faça.
Por exemplo, um adolescente que nunca arrumou sua cama e que irá morar em uma república de estudantes para cursar a faculdade, certamente terá dificuldade. Mas para um adolescente que sempre encarou essa função com naturalidade, e que a mãe ensinou que a organização de seu quarto, iniciando por arrumar a cama, é sua responsabilidade, tirará de letra essa função. São os chamados hábitos da autonomia infantil.
É lógico que cada idade recebe sua responsabilidade adequada, não daremos uma tarefa complicada para os pequenos, e também não vamos exigir perfeição, mas sim mostrar e incentivar como será feito.
Note que crianças gostam, ou pelo menos a maioria delas, ajudar nos serviços domésticos. Guardar e organizar os brinquedos, levar o copo de suco na pia da cozinha, lembrar de desligar o aparelho eletrônico que não usará mais, enfim, pequenas coisas que são importantes para o bom funcionamento do lar.
Esses detalhes podem parecer pequenos se observados isoladamente, mas tem um efeito grandioso para a família. Se cada membro fizer sua parte, um único membro não ficará sobrecarregado.
Estive no Seminário da Revista Pais & Filhos que aconteceu em São Paulo, e o tema era justamente esse, a mãe estar sobrecarregada de atividades, mas muitas vezes a culpa é dela.
Saber delegar funções é uma ótima forma de diminuir esse estresse. As crianças podem, de forma suave, amenizar esse trabalho da mãe, e sentir-se útil.
Lógico que você deverá ter noção para não exagerar nas tarefas da criança, mas tornar algo prazeroso.
Melinda Blau falou algo bem interessante, “O seu filho deve ser parte da sua família, não o centro dela. Não deixe que seu filho torne-se uma criança rei”. Ela continua, “O caminho do meio é deixar que a criança tenha autonomia para fazer as coisas que consegue”.
Uma pesquisa da Universidade de Montreal analisou mães com bebês de 15 meses, um total de 78 mães, segundo a revista Crescer, e foi proposto que elas ajudassem o filho a executar uma determinada atividade com duração de 10 minutos, nesse momento foi observada a forma que a mãe participava dessa ação.
Os pesquisadores voltaram a procurar as famílias quando as crianças já estavam com 3 anos, e avaliaram os pequenos através de jogos que estimulavam a memória e a forma de resolver determinadas situações. O resultado da pesquisa foi que, os filhos que receberam um suporte consistente com estímulo da autonomia obtiveram as maiores pontuações.
Dar autonomia ao filho é prepará-lo para a vida, acreditar em seu potencial, e fazer com que ele se sinta útil para a família. Essa autonomia vai crescendo com o passar do tempo, além de fazê-lo lidar com sucessos e frustrações.