Baú de Menino

A fase da alfabetização e a ansiedade familiar

Daniel acabou de completar 6 anos, está no primeiro ano do ensino fundamental e iniciou a fase da alfabetização.

É uma época de muitas descobertas, e que gera muita ansiedade nas famílias. Confesso que fico analisando a evolução do Dani na caligrafia, na leitura, no ditado… E também sei que não é legal gerar essa ansiedade nele.

Para acalmar um pouquinho meu coração, e também de mais mães que estão vivendo essa fase, a psicopedagoga Alyne Campos de Andrade Souza, explica o funcionamento desse processo de aprendizado infantil e como podemos ajudar nossos filhos.

Muitas famílias ficam ansiosas, preocupadas, com início da alfabetização dos seus filhos, muitas dúvidas aparecem, qual a idade certa? Será que meu filho está “atrasado”? Será que ele vai acompanhar a sala?

Essas dúvidas aparecem, pois em reuniões de pais, conversas entre pais, conversas entre pais e professores, mostram que cada criança está em uma fase da alfabetização e da escrita,  porque isso acontece?

Acontece, pois cada criança tem seu tempo de desenvolvimento cerebral, antes de chegar na alfabetização completa, o cérebro passa por diversas fases, onde em cada fase são adquiridas algumas habilidades, essas fases/habilidades são concluídas a partir dos estímulos que essas crianças recebem.

As crianças não devem ser “forçadas” pelo sistema educacional a ler e a escrever até os 7 anos, deve-se respeitar a sua idade, o interesse despertado por elas.

Algumas crianças já estão sendo rotuladas por algum transtorno de leitura e escrita a partir de 3/4 anos, quando elas ainda não estão maduras suficientemente para receberem certos estímulos. Essas cobranças estão gerando pais ansiosos e crianças ansiosas.

Como cada criança tem seu tempo, mesmo estando na mesma idade, na mesma sala de aula, não podemos avaliá-las em um todo e sim individualmente, assim, devemos estar atentos a evolução e as dificuldades de cada um. 


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Todos nós, educadores, pais, cuidadores, podemos auxiliar essas crianças nesta fase, estimulando o cérebro a adquirir as habilidades básicas para serem totalmente alfabetizados. Antes de chegar na leitura e na escrita, brinque de faz-de-conta, brinque de colocar o cadarço no tênis, brinque de subir e descer no escorregador, desafie as crianças a pular em um pé só, brinque!

O brincar é entendido por pesquisadores como um modo de expressão/interpretação que a criança tem do mundo, mesmo não sendo de uma forma escrita em um papel é sim um formato de leitura e escrita sobre o mundo real. Não podemos pensar somente na importância do brincar isoladamente e esquecer do restante, mas devemos estar atentos a cada fase do seu filho.

Fique atento que para chegar ao final da fase alfabetizadora,  a criança deve pronunciar as palavras corretamente, segurar no lápis com firmeza e da forma correta, compreender comandos verbais como, por exemplo,  “Filho abre a segunda gaveta e pega sua camiseta azul!”.

Pular etapas pode gerar um grande trauma na criança.

Assim se seu filho tem 7 anos e não consegue ler e escrever, fique calmo, caso não consigam identificar qual habilidade ele ainda não adquiriu procure um profissional capacitado para te auxiliar, mas não demonstre esta ansiedade para a criança, pense que está evoluindo , porém no seu tempo, e não no tempo do seu coleguinha que senta na carteira ao lado, não do filho daqueles pais que sentaram ao seu lado na reunião de pais e nem no tempo daquela criança que brinca com ele no parque, observe apenas o seu filho.

Espero que o texto da Alyne tenha te tranquilizado tanto quanto me tranquilizou, e sempre repita aquele mantra materno “é uma fase, e tudo vai passar!”.

A Alyne Campos de Andrade Souza é graduada em Pedagogia, pós graduada em Libras e Psicopedagogia, e para entrar em contato com ela, é só mandar um e-mail para: andradealyne@yahoo.com.br.

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