Daniel está com 4 anos e adora assistir desenhos de aventura, heróis que lutam contra vilões (e boa parte deles são monstros).
Homem Aranha, Super Homem, Batman, Flash, Hulk, Power Rangers e uma infinidade de super heróis que tornam a infância do meu filho um agito só! Ele mergulha nesse universo, as vezes vejo ele repetir os golpes como se fosse uma coreografia, e vibra! Como vibra…
E se é tão real o poder dos heróis, o medo dos vilões e monstros também! E é só a noite começar a cair que esse medo vem a tona.
Já expliquei diversas vezes que esse mundo mágico, onde o herói defende a Terra e os humanos com seus super poderes e forças fora do comum estão restritos aos desenhos, filmes, gibis e livros, mas ele ainda é pequeno e vive intensamente essa fase de acreditar no que gosta e se identifica (eu sei, também era assim).
Mas me dá uma dó vê-lo com esse medo real dos monstros! Geralmente, dos 3 aos 5 anos a criança passa por uma fase natural do medo, me lembro muito bem que não olhava debaixo da cama quando anoitecia, tinha pavor!
E como a maioria das etapas da infância, os medos são fases que serão superadas, seja medo de trovão, de escuro, de dormir sozinha, ou então de monstros. Com o passar dos anos, o amadurecimento emocional faz com que tudo isso desapareça, naturalmente.
Para ajudar seu filho é importante conversar e passar segurança. Respeite, o monstro não é real, mas o medo que ele sente é. Por isso, não menospreze, não tire sarro, e fale sobre o assunto quando ele estiver com medo, mas também quando não estiver presente.
Aqui em casa, quando vejo alguma situação que sei que a noite ele irá lembrar e o medo poderá surgir, eu converso e explico. Não consegui tirar todos os desenhos que ele gosta, mas a noite coloco sempre algo mais calmo, para que não estimule e desperte mais medo.
O site Delas citou os medos por faixa etárias, até os 6 anos, e achei bem interessante:
Crianças de 0 a 6 meses tem medo de ruídos fortes e de se sentirem inseguras. Pode reparar, eles geralmente choram, mas é um choro diferente, de medo mesmo.
Já, dos 7 aos 12 meses a criança começa a estranhar as pessoas, e choram quando vão para o colo de pessoas que eles não reconhecem (não force, imagina o medo que o pequeno deve estar sentido). Nessa fase também pode surgir o medo de altura (o meu dura até hoje!).
Com 1 ano o medo da separação é nítido, seja para deixar na casa de algum parente ou então quando começam na escolinha. Outro medo nessa faixa etária é o de se machucar.
Aos 2 anos alguns medos se acumulam e outros surgem. O medo de alguns barulhos, como por exemplo o trovão (meu irmão tinha muito medo de trovão, e era justamente nessa fase), medo de pessoas, incluindo crianças desconhecidas, e de lugares (principalmente escuros), como por exemplo uma sala de cinema. O medo da separação dos pais continua, e isso perdura por um bom tempo, por isso a adaptação escolar é muito importante, independente da idade.
Com 3 aninhos o medo da separação dos pais continua, e junta-se o medo do escuro e de máscaras, e tudo o que cobre o rosto.
Quando a criança está com 4 anos são medos de animais e ruídos noturnos (Daniel sempre faz cara de assustado e quer saber o que é o barulho, agora imaginem, moramos em apartamento, se o vizinho de cima derruba um copo, ele já dá aquele pulo).
Com 5 anos surge o medo de pessoas más, e aí entra seu bom senso. Aquelas histórias de que o Homem do Saco vai te pegar, pode criar um medo bem grande para a criança.
Aos 6 anos é comum surgir o medo de bruxas e fantasmas, além do medo da morte.
Enfim, os medos são comuns e normais, mas caso persista e atrapalhe a vida da criança, é importante procurar a ajuda de um especialista, pois dependendo da intensidade do medo, podem ocorrer reações fisiológicas e comportamentais na criança.
E eu aqui, vou lutando junto com o Daniel para vencer esse medo de monstro, e como super heróis, sei que vamos vencer!
As imagens utilizadas nesse post são da fotógrafa francesa Laure Fauvel, a artista criou uma série intitulada “Terreurs”, onde as crianças lutam com seus monstros.