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Não sei vocês, mas eu tenho uma vontade imensa de proteger a cria, colocar embaixo das asas e não permitir que nada os façam sofrer.
Mas temos que analisar e deixar um pouco de lado a vontade insana de mamãe coruja e às vezes de mamãe águia, e perceber que algumas situações são importantes para o desenvolvimento das crianças. Lidar com as frustrações é uma delas, seja por um brinquedo que queria muito e irá esperar até o aniversário, o jogo de futebol que perdeu, o passeio da escola que não vai… Enfim, coisas que no mundo adulto são bem comuns e não tem nenhum escudo que nos proteja, e nem por isso vamos sair chorando. E para ser um adulto que sabe encarar os fatos, as crianças devem ter contato com esse sentimento.
Aqui em casa o Gabriel sempre entendeu quando o assunto era relacionado ao brinquedo ou o passeio, juro, até me espantava, pois era só conversar e explicar que ele entendia, sem choro. Mas quando era sobre esporte, aff! O menino se transformava, ficava transtornado, chorava, dizia que não queria mais treinar, e isso me deixava muito preocupada.
Lógico que ficava com dó, torcia sempre para o time dele ganhar, mas por outro lado ganhar sempre iria se acostumar. Mas o pior era que em uma fase eles só lidavam com a derrota, pecado!!!!
E foi assim, perdendo, perdendo e às vezes ganhando no esporte que ele aprendeu um pouco a lidar com isso, hoje ele não treina mais futebol e sim tênis, e juro que não sei se ficou mais fácil ou difícil, pois aí é ele com ele mesmo, e nesse ponto ele puxou a mim. Sabe aquela disputa interna que você tem que estar sempre se superando?!
Bem, mas acredito que a pior fase já passou, agora noto que tenho que trabalhar isso com o Daniel, pois ele é mais difícil de aceitar as explicações.
Encontrei uma matéria bem interessante da Educar para Crescer, e destaco esse trecho: “Sigamos o seguinte raciocínio: se seu filho não estudar e não se preparar bem, provavelmente terá resultados decepcionantes na escola, certo? Nesse sentido, você pode ajudar, orientando para que ele se empenhe nos estudos e evite a situação da frustração. Mas há outros casos em que você não deve interferir como quando, por exemplo, vocês jogam uma partida de algum jogo. Não é porque ele é pequeno que você deve deixá-lo ganhar para que não fique triste. Também não deve dar tudo que ele quer na hora que ele quer: saber esperar é um aprendizado importante.”
Caímos naquele papo da proteção, de evitar a tristeza deles. Mas na vida nada será fácil, melhor se conseguirmos ensinar em casa…
Na mesma matéria, a psicóloga Maria Rocha cita que: “As crianças têm uma enorme capacidade de manipular os adultos e usam o que mais percebem que os incomoda: choro, recusa de alimentação, perda do fôlego, bater a cabeça, etc”.
Esses pequenos são espertos e sabem, muito bem, como conseguirem o que querem. Aí entra a nossa autoridade, pois não adianta agradar agora para eles sofrerem depois.
A criança que vivencia uma frustração desenvolve-se emocionalmente sabendo equilibrar-se diante da situação desconfortável. Não passando por isso, pode se tornar um adulto com dificuldade em enxergar o próximo, e não sabendo lidar com as decepções.
Ninguém disse que educar um filho era fácil, mas ficaremos orgulhosos do resultado desse esforço!