E ontem foi dia de mais uma vacina no meu pequeno… Aí resolvi escrever contando as semelhanças e diferenças entre o calendário de vacinação brasileiro e suíço. Basicamente não muda muita coisa, mas separei aqui alguns detalhes interessantes, vamos lá:
Nem Zé Gotinha nem Klaus Tröpflein: aqui na Suíça não tem essa de gotinha pra isso, gotinha praquilo… o negócio é agulha mesmo, todas as vacinas são dadas com injeção no bracinho ou perninha. Até ontem, em todas as consultas que fomos o Vicente levou duas picadas, uma em cada braço ou perna… isso porque sempre eram duas vacinas que ele tinha que receber, apenas ontem que foi uma só… tadinhooo (apesar de eu não ser aquelas mães que sofrem com o filho levando uma picadinha não, sempre entendo como sendo algo importantíssimo pra saúde dele e levo bem na esportiva, pra não passar insegurança pra ele também… Não tenho problemas com agulha e espero que ele não tenha também, então, mamães, “força na peruca” na hora de levar o filho pra vacinação).
Você decide: Algumas vacinas aqui não são obrigatórias, como foi o caso da Meningocócica, que ele tomou ontem. A médica explicou que os casos de meningite aqui na Suíça são muito baixos, por isso os pais podem optar por dar ou não a vacina. Mas como vamos frequentemente ao Brasil e pretendemos voltar a morar aí, achamos por bem aplicá-la.
Bacillus Calmette-Guérin – a BCG: Outro caso parecido é a famosa BCG, aquela da marquinha no braço… ela protege contra a tuberculose, mas como os casos aqui também são raros, nem no plano de vacinação ela aparece… Já ouvi até falar que a tal marquinha da BCG é coisa de brasileiro, vai saber. De qualquer forma, pretendemos aplicar essa vacina na próxima viagem ao Brasil (já deveria ter sido aplicada, mas fomos deixando, deixando, querendo evitar os efeitos colaterais, êêê procrastinação de meu Deus!).
Idade da criança: as idades pra se tomar a vacina são semelhantes às do Brasil, nesse ponto pouca coisa muda também, e você não tem as campanhas de vacinação, quando deve levar o rebento no posto de saúde, já que as vacinas são dadas nas consultas médicas de rotina (aos 2, 4, 6, 12, 18 meses, e assim por diante). O Kinderartzt (Pediatra) registra tudo na carteirinha, inclusive cola um adesivo com o número do lote da medicação e tals – coisa séria, meu!!! E cobra todas as vacinas depois, é claro! Hehe
Tudo muito certinho, com registro do número de lote, inclusive
Auf Deutsch, ja ja: Mas e aí, como saber o que está escrito na tal caderneta de vacinação da cria por aqui? Aí que vem a parte legal, você quase não precisa de dicionário, pois os nomes das vacinas são bem semelhantes aos nomes em português, por exemplo “Hepatite” é “Hepatitis”, tem a “Pneumokokken”, a “Meningokokken” e a “Polio”… fácil, não?
Imagem da Internet
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Calendário de vacinação brasileiro e suíço
Como driblar o choro? Essa é a parte mais curiosa de todas… tem como explicar um menino que chora pra trocar a fralda, chora pra soltar pum, chora pra dormir e pra acordar, e que na hora da vacina fica ali, quietinho?? Não quietinho 100% também, afinal são duas injeções, mas o choro na hora da vacina, que seria aceitável, nem de longe lembra o chorãozinho de outros momentos… Tudo bem que tenho que dar créditos pra pediatra, que tem lá suas artimanhas pra entreter o belezinha… É um chocalho, uma caixinha de música… Ontem ela pediu pra eu segurá-lo no meu colo, tirou um dragão de pelúcia da gaveta, deu corda e soltou o bicho no chão do consultório, do lado oposto à perna que ela estava prestes a furar… O bicho saiu rolando pelo chão soltando aquelas gargalhadas-chinesas-gravadas e o Vicente olhou e caiu na gargalhada junto com aquela coisa estranha… Quando sentiu a agulhada, ele olhou pra perna sendo picada, fez uma cara de “agulha, que agulha?”, e voltou a olhar pro brinquedo que se contorcia e rolava pelo chão.
Procura-se um dragão
A próxima visita ao pediatra e vacina será com 18 meses. Até lá, fico aqui me perguntando onde vende o tal do dragão de pelúcia…
Marília, gostei de suas colocações e comparações, principalmente da driblada da Kinderartzt para aplicar a vacina. Sem grandes dramas, claro, que também deve-se a segurança que a mamãe passa pra ele… Você escreve muito bem!