Baú de Menino

Comparações, a arte de rotular pessoas

Imagem da Internet
 
Vou falar de um tema que me revolta, e digo isso não apenas considerando meus filhos, mas também quando vejo com outras pessoas, principalmente com crianças: Comparações.
 
Não somos um produto para sairmos iguais uns aos outros, e mesmo os produtos não são iguaizinhos! Mesmo os irmãos, que recebem a mesma criação são diferentes. Muitas vezes um amigo é mais parecido com o modo que pensamos que nossos irmãos.


Amo demais o meu e somos totalmente diferentes. Meu irmão é discreto, fala pouco e pausado, é tranquilo para decidir e analisar as situações, e encontrou no kung-fu um esporte e filosofia. Já eu sou uma espevitada, que fala pelos cotovelos. Após a maternidade tive que pausar minhas decisões que sempre foram atropeladas pelas minhas emoções. Adoro futebol, grito e vibro com lances e gols! Deu para perceber as diferenças?! 
 
Aqui em casa então, apesar de parecidos, Gabriel e Daniel tem temperamentos totalmente diferentes, como já falei várias vezes. E isso espelha no desenvolvimento deles, pois com a tranquilidade do Gabriel seus primeiros passos e palavras foram mais precoces que do Daniel, que com seu jeito ativo e agitado é muito mais independente, aprendendo o que quer. Inclusive o inglês ele aprendeu sozinho,  números até 20, cores e animais, querendo assistir seus desenhos nessa língua.
 
Tenho uma amiga que tem filhos gêmeos idênticos, e são diferentes. Um gosta de Português e o outro é fera em Matemática. Um é mais sensível, e o outro mais prestativo. Idênticos fisicamente, mas cada um com sua personalidade.
 
Me dói ver comparações, praticamente rotular. Não é assim… E quando vejo uma pessoa observar uma criança tendo seus ataques de nervoso e soltar, “o meu filho nunca fez isso” ou cai na burrada de soltar um “quando tiver o meu filho, ele nunca fará isso!” Dançou! É nessa hora que a maldição da língua afiada é lançada e com certeza seu filho fará exatamente igual ou pior.
 
E quando seu filho está com 1 ano e alguns dias e está começando andar, e um vizinho, ao invés de ver aquela linda cena e fazer uma elogio, prefere um “NOOOOOSSA, MEU FILHO ANDOU COM 8 MESES” !
 
Tem horas que penso que os gênios nascem assim, pois tem criança correndo a São Silvestre com 6 meses e narrando jogos da seleção com 9 meses! Para, né?!
 
Chego a acreditar que virou uma espécie de competição… vou falar que meu filho fez antes, assim pareço melhor mãe!
 
O engraçado é que muitas comparações vem de mães que sofreram com isso… e ao invés de quebrar esse círculo vicioso, preferem continuam gerando esse tipo de sentimento!
Na realidade, no início atinge os pais, mas se continua, chega aos pequenos. Com comparações aos irmãos, primos, vizinhos, conhecidos….
 
Preste atenção se não está fazendo comparações em casa! As vezes saem sem pensar, pois os pequenos são muito espertos e absorvem tudo o que escuta, e para tirar o que entrou no pensamento é mais difícil do que foi para entrar.
 
  Mais amor, por favor! Lembre-se, quem se destaca não são os iguais e sim os diferentes!