Escuta Ativa – a técnica adotada pelo príncipe William e Kate Middleton ao falar com o filho

Sempre tive o costume de me abaixar para falar com os meninos, acho que é uma forma mais fácil de escutar e ser escutada. No início os meninos abaixavam junto {os dois fizeram isso}, acabava rindo e explicando que eles não precisavam.

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Fazia pois achava prático e também uma forma simples de conseguir a atenção deles, sem precisar aumentar o tom de voz. Ultimamente esse ato ganhou destaque com as fotos do príncipe William e Kate Middleton, que abaixam-se para conversar com o pequeno George.

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Kate Middleton e príncipe William conversando com George.

Até então não sabia que essa prática {que não consiste apenas em abaixar-se} chama-se escuta ativa.

A psicóloga Raquel Benazzi, do Núcleo Corujas, explica melhor como essa técnica funciona.

O que é Escuta Ativa

Podemos dizer que a escuta ativa é a base para qualquer trabalho da Psicologia Clínica. Escutar ativamente não apenas ouvir àquilo que nos é dito, mas receber o que é dito, como é dito, os sentimentos e significados envolvidos.

É estar intimamente junto à pessoa, oferecendo interesse e acolhimento para com aquilo que a pessoa comunica. Lembrando que nossa comunicação vai além da oral, mas envolve também a linguagem não-verbal (postura, expressão facial, gestos, olhar, movimentação das mãos, pernas e pés, respiração).

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Na visita ao presidente americano Barack Obama, a escuta ativa também esteve presente.

É uma técnica que envolve o atenção àquilo que é comunicado, de forma verbal e não verbal, permitindo uma comunicação muito mais saudável, ampliação de pontos de vistas e conhecimento.

Hoje sabe-se que quando a pessoa sente-se ouvida, no sentido mais amplo, ela consegue falar mais abertamente sobre suas questões emocionais e, na relação com o ouvinte empático e compreensivo, é possível haver uma transformação de ambos. E o que isso ajuda nos cuidados com as crianças?

Saiu uma reportagem sobre o príncipe William utilizar a escuta ativa com seus filhos. A ideia é basicamente a mesma falada anteriormente: os pais devem ouvir seus filhos e prestar atenção no que eles dizem, fazem e gesticulam, sem pré-julgamentos e críticas, mas escutar de forma empática, aberta e acolhedora.

Ficar na altura da criança e estabelecer um contato visual pode muitas vezes facilitar, mostrando importância e interesse naquilo que ela traz. Essa postura facilita uma relação mais horizontal do que vertical (com hierarquias), colocando as pessoas na mesma qualidade de relação, favorecendo a intimidade e confiança.

Ao abaixar-se, o pai passa a ser uma figura menos ameaçadora e assemelha-se mais à criança. Dessa forma, ela sente-se como uma igual. A escuta ativa é um modo de ser e de se relacionar, não basta ter uma postura física que facilite essa escuta, os pais devem estar abertos, de forma afetuosa e desprendidos de julgamentos, valores pessoais e preconceitos para receber o que a criança tem a dizer e a mostrar. É uma forma de se relacionar baseada na compreensão e aceitação e não no julgamento, facilitando a aproximação no mundinho do outro.

A escuta ativa é mais do que apenas ouvir o que é transmitido pela palavra, é também compreender os sentimentos, sensações, significados que estão sendo transmitidos, o que diminui muito os conflitos de comunicação. Ela abre para a possibilidade de reflexão e construção de saberes.

Quando a criança joga um brinquedo no chão e o pai grita e briga, pode ter eficácia, mas muito mais porque a criança se assusta, tem medo, vê o pai como uma figura ameaçadora.

Ela aprende mas na base do medo e do susto e não no entendimento da situação, pois ela não se apropriou das consequências de seus atos. Se o pai busca exercitar a escuta ativa, aproximando-se da criança e buscando compreender os motivos pelos quais ela agiu de determinada maneira, fica mais fácil perceber que os comportamentos muitas vezes são reações a afetos e que acolhendo e cuidando desses afetos a criança também terá uma mudança de comportamento.

Além disso, fortalece o vínculo pai-criança, ela percebe que pode contar com o pai e que será acolhida.

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