Minha gestação não tão doce!

O diabetes gestacional deixou minha segunda gestação sem o sabor do açúcar,
mas valeu a pena!
 
A Revista Pais & Filhos de Julho de 2015 veio com um texto sobre minha experiência com a diabetes gestacional, para quem não leu ou quer lê-lo na íntegra, confira abaixo:
 
 
Quando você engravida, além de imaginar como o bebê será, logo pensa que pode ter vontade de comer tudo.
 
Na primeira gestação minha vida foi uma correria, estava no último ano da faculdade de Comunicação Social, e meu marido, até então namorado, também cursava o último ano de Ciências da Computação. Passado o susto, a vida seguiu, e entre livros e trabalhos de conclusão de curso, o único desejo que tive foi tomar sorvete de limão com refrigerante de limão, uma semana antes de o Gabriel nascer.

O tempo passou tão rápido, o madrugar para ir para o estágio, emendando com a ida à faculdade e praticamente não dormir, pois estudava em outra cidade, fez com que as conversas com a barriga fossem constantes durante os intervalos, mas aquelas coisas de grávida mesmo eu não tive.
 
Deve ter sido sorte, porque imagina essa loucura somada a enjoos e mal estar intermináveis. O único efeito colateral que não me livrei foram os pés de bisnaga (aquelas bem gordinhas), onde se tirasse os pés da sandália, elas não entravam nunca mais!
 
Gabriel nasceu dia 30 de novembro e exatamente 12 dias depois estava eu apresentando o TCC para a bancada de professores.
 
Passaram-se 6 anos e a coragem para ter o segundo filho não vinha. Não sei se era trauma da correria, ou então birra por todos cobrarem o segundo! Sabe aquele negócio de que se você namora tem que casar, se casa tem que ter o primeiro filho logo? Pois é, essa pressão também acontece com o segundo filho… Não que as pessoas vão te ajudar a criar, mas parece que a sociedade impõe parâmetros… e não fique contente se você já tem o segundo filho, pois se forem do mesmo sexo sempre vão falar um: “Não vai tentar uma menininha?” ou então “Não vão tentar um menininho?”. Juro que isso me cansa!
 
Até que um belo dia Gabriel pediu um irmãozinho, e dias depois continuava pedindo. Acho que era o empurrão que faltava, e após conversarmos, meu marido e eu decidimos que era hora de encomendar outro filho.
 
Entre consultas, exames e parada nos anticoncepcionais, passou um mês e minha menstruação já atrasou… Mas será possível? Acho que não. Deve ser  ansiedade ou então o corpo que ainda não se acostumou com a ausência dos medicamentos.
 
Mas era, Daniel a caminho!
 
Pra dizer a verdade nem deu tempo de nos acostumarmos com a ideia, e já começaram as consultas mensais, que pra mim eram uma delícia! Dra. Ana uma simpatia, até o dia em que ela notou algo de errado no tamanho de minha barriga, mas ela não falou nada, apenas solicitou alguns exames!
 
E ela estava certa, minha barriga estava grande demais para o tempo gestacional (e não era alguns quilinhos a mais que estava), estava com intolerância à glicose, um termo para não falar na tão temida diabetes gestacional.
 
Quando ela me falou estava sozinha, e até hoje não sei como cheguei em casa! Chorei muito, me descabelei… esperei tanto para ter meu segundo bebê! Será que o erro foi esse? Ou não me cuidei direito nesses 6 anos?
 
Passado (um pouco) o desespero, corri procurar a orientação de um endocrinologista e uma nutricionista. O endócrino me explicou porque ocorre o diabetes gestacional.
 
Na verdade o organismo da mulher está trabalhando por dois (por ela e pelo bebê) e em alguns casos, ele não consegue cumprir direito sua função, sobrecarregando. Os hormônios podem fazer o corpo ficar menos sensível a insulina, elevando quantidade de açúcar no sangue e ocasionado o diabetes.
 
Desta forma, após orientação do endocrinologista, a nutricionista passou uma dieta específica para mim, porque nesse caso grávida não só pode como deve fazer uma dieta com zero açúcar refinado.
 
Na verdade, o único sabor de açúcar que senti nesse período foi o das frutas, que mesmo assim devem ser controladas. E entre o marrom dos integrais e a vontade do chocolate, emagreci e meu bebê cresceu.
 
O diabetes gestacional é tão perigoso para a mamãe quanto para o bebê, por isso deve ser muito bem controlada. Em alguns casos a mãe ainda leva o diabetes por sua vida inteira, mas Graças a Deus eu consegui controlar, e entre preparados doces com carga de açúcar maior que de refrigerante e com gosto de limão e picadas para medir a curva glicêmica, os exames comprovaram que havia conseguido manter os níveis baixos!
 
Foi uma felicidade imensa, um alívio! E no dia 1º de abril de 2011 o Daniel chegou, com seus 4,560 kg de pura gostosura! De parto normal, porque o ultrassom errou e mostrou menos (a cara da médica foi impagável! Ela não esperava ver um bebê daquele tamanho)… mas não sofri, o parto foi tranquilo, o pior mesmo foi ver meu bebezinho ser picado de hora em hora para controlarem a glicemia, pois bebês com mais de 4kg devem ter controladas as taxas de açúcar no sangue, por correrem perigo de ter hipoglicemia.
O que falo e repito é, escolha um ginecologista de confiança, que te acompanhe certinho e que esteja atento a qualquer mudança! Minha médica ter percebido logo no início as alterações glicêmicas em meu organismo foi fundamental para que eu controlasse e conseguisse combater o diabetes gestacional.

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