E quando a mordida dói mais na mãe que no filho

      Outro dia estava no parquinho, em dias de calor isso é rotina, quando presenciei uma criança morder a outra, meu filho não participou fui só expectadora da cena, mas mexeu comigo e me fez lembrar quando fiz parte de uma história bem parecida.
 
 
Imagem da Internet
 
      Não aconteceu com o Daniel, como já disse a classe dele é pequena, acredito que seja mas fácil de controlar, mas sim com o Gabriel. Ele entrou na escola aos 4 anos, e como já citei em post anterior, optei por um colégio grande, por conta disso em sua classe haviam muitos alunos.
      Entre um caso e outro de mordida, eis que meu filho vira coadjuvante de uma. Belo dia vou buscá-lo e a criança saiu com a marca certinha da arcada dentária de um amiguinho no braço, serviria para o dentista guardar como histórico.
 
     A questão é que isso voltou a se repetir, e por mais que a gente tente se controlar, nossos filhos são o nosso lado mais bonito, mais humano e também mais sensível. Tudo que acontece com eles dói mais na gente, se a mordida fosse em mim não doeria tanto…
 
    Pois não aguentei e marquei horário com a professora, não sabia o que estava acontecendo, meu filho sempre foi quieto e não se metia em encrenca. Será que ele está sendo bobinho por ter ensinado a não bater nos amigos e não arrumar briga? Mas pera lá, saco de pancada não dá, né?
 
      Como a comunicação estava sendo apenas via agenda, nada melhor que conversar pessoalmente. Pois bem, falando com a professora descobri que o menino também era calmo e só fazia isso com meu filho. Mas por que com meu filho? 
 
      Falei que gostaria que ela desse maior atenção a situação e se necessário afastasse as crianças… Mas justamente, são apenas crianças! O que passa na cabecinha de um menino de apenas 4 anos para escolher um amiguinho e tacar-lhe dentadas?
 
      Isso foi numa sexta-feira, e na segunda ele voltou com as mordidas! Aff não dá, né? O menino resolveu testar suas mordidas no bracinho do meu filho, e dessa vez foi na bochecha!!!
 
      Não aguentei, fui falar com a professora novamente, e pedi para então falar com a mãe do menino, já que não estava resolvendo a professora conversar… mas o menino vai de perua escolar, então só marcando uma reunião.
 
     Mas não foi preciso, olha como criança sente, no caso do meu filho ele sentiu não apenas a mordida… Ao chegar em casa e falar com o Gabriel, perguntei o que estava acontecendo que o A…… sempre estava mordendo ele! E foi ai que ele me olhou e disse, Mamãe, ele só quer que eu brinque com ele, quando eu brinco com outro amiguinho ele me morde! E a sensibilidade de uma criança de 4 anos desvendou o problema antes dos adultos.
 
       No dia seguinte mandei mensagem na agenda, a professora conversou e depois disso nenhuma mordida…
 
     Confesso que fiquei chateada, brava e sim, julguei os pais por achar que eles não interviram na situação. Mas conhecendo depois a mãe do menino vi que ele é como meu filho, tranquilo, obediente e criança! Morder foi a forma de chamar atenção do Gabriel para ele, de não querer dividir o amigo com outros, e só faltou uma conversa.
 
      Quando isso acontece sempre tem um propósito! As vezes é uma forma de chamar atenção ou revidar a atitude do coleguinha. O importante é não deixar virar um ciclo e perder o controle, ou pior, virar um problema entre os adultos. Enfim, criança é criança, isso sempre vai acontecer, mas cabe a nós pais analisarmos a situação e resolver.