Do nascimento do bebê a volta ao trabalho após a licença maternidade, a mãe passa por um turbilhão de emoções. Nesse período tanto o bebê quanto a mãe vão se organizando na rotina, e fortalecendo o vínculo que foi criado desde a barriga.
Nessa fase, alguns momentos parecem que não passam nunca, como as cólicas que muitos bebês tem, mas também temos a sensação do tempo estar voando, principalmente quando o fim da licença maternidade se aproxima.
Voltar ou não voltar, essa pode ser uma das decisões mais difíceis. E como em todas as escolhas maternas, já não bastando a dificuldade de toma-las, sempre passarão por julgamentos. Se escolher ficar em casa, retomar a carreira ou então tentar conciliar os dois, e trabalhar de casa, saiba que qualquer decisão será difícil.
Recentemente, a jornalista Gloria Vanique, do Radar SP da Globo, transmitiu seu sentimento com o retorno ao trabalho, após 7 meses de convívio intenso com seu filho Benjamin:
“A semana chegou ao meio e eu já estou quebrada. Eu sabia que não seria fácil voltar ao ritmo de trabalho. Não pelo trabalho, que eu adoro, mas por tentar encaixar tudo. Seu sono, meu sono, banho, papinha, saída pro trabalho, as horas longe, amamentação e ainda manter cabelo, roupa, maquiagem e a atenção ao público. Desde que eu voltei a trabalhar, você resolveu não dormir seu sono tranquilo. Acorda uma, duas, três, quatro, sei lá quantas vezes e quer mamar. Na verdade, quer o aconchego do colo e do peito da mamãe. Tem sido difícil pro papai fazer você dormir e mamar quando está no “turno dele”. Enquanto isso, meus peitos explodem de leite numa busca por você. E minha cabeça está o tempo todo ligada: será que ele está agasalhado? Está brincando? Dormiu? Comeu? Trabalho com o coração inevitavelmente em você. Quando o papai me manda mensagens dizendo que você está chorando ou que não quer dormir, tenho vontade de correr pra casa e te abraçar! Mas a vida tem que seguir. Sou mulher, profissional e agora, mãe. Estou aprendendo, Benjamin. Muito! Cada minuto longe é um aprendizado. Cada minuto acordada também me ensina. Foram 7 meses só nós dois. O papai trabalhava e fazia o que dava. Mas nós dois não desgrudamos um minutinho nestes 7 meses. Sem empregada, babá ou qualquer parente perto pra ajudar, aprendi a te conhecer como ninguém e você a mim. Fizemos companhia um ao outro, dormimos e ficamos acordados juntos. Nos abraçamos no frio e no calor, várias vezes por dia, pra você mamar, uma delicia! Agora é uma nova fase. Espero que você entenda que a mamãe precisa tocar a vida e sair algumas horas por dia. E que me espere sempre com um sorriso e um abraço gostoso, mesmo quando eu estiver exausta como hoje. Te amo, meu filho!”
Sentimos como o rompimento de mais um cordão umbilical, mais dolorido do que o primeiro, e será um entre os muitos que se romperão ao decorrer da vida.
E essa decisão pode ser difícil quando são pequenos, ou maiores. Voltei ao trabalho quando o Gabriel estava com 2 anos, e admito que também tive muita dificuldade, mesmo ele ficando com minha mãe. Não resisti! Após 1 ano resolvi adequar minha rotina com o trabalho em casa.
Para cada mulher é de uma forma, no caso da Mariella do Caderninho da Mamãe, conforme relata em seu blog, a volta ao trabalho após quase 5 meses de licença foi tranquila, mas com o passar dos dias algo começou a mudar. Ela acabou optando por home-office, como eu.
Hoje, a licença maternidade de 120 dias é garantida por lei, mas existe outra, o Programa Empresa Cidadã, onde a licença pode ser estendida em mais 60 dias, num total de 180 dias ou 6 meses, o que considero o mais ideal, lembrando que o Ministério da Saúde {e os médicos} aconselha uma amamentação exclusiva durante os 6 primeiros meses de vida do bebê.
Edilene, advogada e autora do blog Etc & Mãe, explica que: “a licença maternidade de 180 dias é algo novo, surgiu em março desde ano, e a autora da proposta foi a Senadora Rosalba Ciarlini e esta ideia surgiu das suas observações enquanto atuava como médica pediatra, enfatizando os benefícios para a saúde da mãe e do bebê, e garantir a segurança da mulher no mercado de trabalho.
As empresas que aderem ao programa recebem benefícios fiscais, já as que que não aderiram ao Programa, a licença maternidade de suas empregadas continua sendo de 120 dias, conforme artigo 392, da CLT, lembrando que aquela que adotar ou tiver o filho morto ainda no útero ou no nascimento (chamado natimorto), também tem direito aos 120 dias, e nos casos de aborto espontâneo, são 14 dias, mas a critério do médico.”
Para as empresas que se interessam por estender a licença de suas funcionarias, o Guia do Bebê tem uma matéria detalhada de como proceder.
Se você está nessa fase de volta ao trabalho, sugiro algumas leituras. No blog Espaço das Mamães, a Michele Gobbato dá ótimas dicas de como se organizar para o retorno da licença maternidade ser um pouco mais tranquilo, a Débora do blog A Mãe Coruja, também dá algumas dicas para facilitar essas mudanças. Já no blog Mamãe em Construção, o texto fala sobre a adaptação de um novo cuidador.
Enfim, independente de sua decisão e do tempo da licença maternidade fornecida pela empresa que trabalha, o certo é que a escolha nunca será fácil, mas o que devemos ter em mente é que qualquer uma delas é pensada em benefício de nossos filhos, e que eles se adaptarão em qualquer um dos caso, e sempre terão nosso carinho e cuidados, e o amor que sentem por nós, não mudará!